quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O risco de intoxicação por paracetamol

 achei importante partilhar com todas as mamãs!!


Quase dois terços dos adultos dão doses erradas de medicamento. Apenas 14 por cento toma as decisões correctas: quando e quanto dar.


Muitas crianças correm o risco de overdose medicamentosa devido a falta de preparação e cuidado dos pais. O alerta é dado por investigadores australianos que avaliaram a forma como os pais medicam os filhos. Os resultados do estudo saõ apresentados hoje em Lisboa, no congresso da Federação Farmacêntica Internacional.

As crianças com menos de cinco anos são as mais expostas ao risco de sobredosagem - pois um erro em doses pequenas leva a desvios maiores do que em doses grandes - e os medicamentos em forma líquida (xaropes) os mais susceptíveis de permitir enganos por parte dos pais. O uso de colheres vulgares em vez das que acompanham o medicamento é uma das razões que conduz a falhas. Durante a investigação, 97 adultos (53 mães, sete pais e 37 profissionais de creches e jardins de infância) disponibilizaram-se para revelar como medicam as crianças numa situação de doença. Os adultos tinham recorrido ao Centro de Saúde por problemas vulgares.
Verificou-se que 61 por cento dos adultos deram doses incorrectas de medicamento, por convicção - 17 por cento por excesso e 44 por cento por defeito. 25 por cento não mediram correctamente a dose que pretendiam dar à criança.
Foi feito um questionário em que os adultos eram postos perante uma série de cenários e tinham de responder qual a decisão que tomariam em cada um deles, escolhendo entre vários medicamentos comuns - para baixar a febre e anti-inflamatórios - mostrando a dose que ofereceriam e quando.
Outro dado relevante é que 46 por cento dos adultos administra antipiréticos, como paracetamol, sem que a temperatura da criança tenha atingido os 38 graus. E sete por cento dá o medicamento, sem mesmo medir a febre. Apenas 14 por cento dos adultos tomaram as decisões correctas perante os cenários apresentados.
A autora do estudo, Rebekah Moles, da Universidade de Sidney, alerta para os perigos e para a frequência da dosagem incorrecta de medicamentos. Os adultos substimam os efeitos dos remédios usados vulgarmente para baixar a febre pelo facto de poderem ser comprados sem receita médica.
Mas a sobredosagem por paracetamol durante vários dias seguidos pode ter consequências graves a nível hepático. O seu efeito tóxico para o fígado é há muito conhecido pela comunidade científica.
Os investigadores consideram que a Austrália não é um caso especial nesta questão e que o mesmo se passará um pouco por todo os países onde o acesso aos medicamentos é fácil e livre. O facto de ser tomado pelas crianças não significa que seja inócuo, apesar de essa ideia errada ser frequente.
O Reino Unido restringiu, há alguns anos, as dosagens e a dimensão das embalagens de medicamentos com paracetamol pois verificou que o número de mortes por intoxicação com esta substância era indissociável da sua venda livre acessível em locais fora das farmácias.
 

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